segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

E se não houvesse segredos?!

Albert Espinosa – Tudo o que poderíamos ter sido tu e eu se não fôssemos tu e eu, ora aqui está um livro que não é para qualquer um, um livro cheio de mensagens escondidas e posso até dizer que para os mais impressionáveis bastante polémico.

Sabem quando decidem que vão gostar de um livro mesmo antes de o começar a ler? Comigo foi assim, decidi que ia gostar deste livro antes mesmo de o abrir, pela pessoa que mo ofereceu e porque há uns anos fiz uma peça de teatro do Albert Espinosa que me marcou muitíssimo, era como se tivesse uma certa ligação com o livro.

Quando o comecei a ler identifiquei-me logo com o inicio e foi um bom presságio, a história é um tanto ao quanto estranha em alguns momentos, o que penso que torna o livro ainda mais interessante, não é um livro que todos irão gostar, é na minha opinião um daqueles livros que ou se ama ou se odeia, para quem não gosta de fugir ao convencional não é um bom livro mas para quem quer algo diferente é sem dúvida uma boa leitura.

“Gosto de dormir, talvez seja aquilo de que mais gosto na vida. E talvez goste tanto porque me custa muito a adormecer.

Não sou daqueles que adormecem mal se metem na cama. E também não consigo adormecer num carro, nem numa cadeira do aeroporto, nem estendido na praia meio bêbedo.

Mas depois da notícia que tinha recebido há poucos dias, precisava de dormir. Penso desde pequeno que dormir nos afasta do mundo, nos torna imunes aos seus ataques. As pessoas só podem atacar os acordados, os que estão com os olhos abertos. Nós, que desaparecemos no meio do sono, somos inofensivos.

Mas custa-me alcançar o sono. Devo confessar-lhes que precisei sempre de uma cama para dormir, e direi mesmo mais, da minha cama. Por isso admirei sempre aquelas pessoas que, dois segundos depois de colocarem a cabeça sobre qualquer tipo de superfície, adormecem completamente. Admiro-as e invejo-as… ou será possível admirarmos algo que não invejamos? Ou podemos invejar algo que não admiramos?”

Nota: 3.5/5


Sinopse:   

Não sei se o meu dom me encontrou a mim ou eu a ele. O meu dom…É difícil de explicar. Como aprendi a utilizá-lo é ainda mais estranho de relatar. Como acabei por trabalhar para Eles, acho que também não é nada simples de explicar. Mas quero contar-vos. Há coisas, pequenos detalhes, que formam parte de nós próprios e nos fazem ser como somos. E o dom era algo que me definia. Ainda que o utilizasse muito pouco. Fazia-me sentir mais vivo. Se estivesse a usar o dom quando vi a rapariga do Espanhol talvez não tivesse sentido o mesmo por ela. O que senti foi primário, foi muito autêntico. Como podia ter tantas saudades dela sem a conhecer? O ser humano é mágico e indescritível. Sentia algo especial ao voltar a recordá-la. Aquela confiança não deve surgir entre desconhecidos mas que às vezes existe e é mais intensa do que a que sentimos por alguém que faz parte do nosso ambiente há mais de vinte anos. Ela não se tinha apercebido da minha presença, não tinha sentido que os meus olhos não se tinham afastado dos dela nem por um instante

XOXO S. 

2 comentários:

  1. Pois eu dou graças pelas nuances e vicissitudes de cada interveniente numa relação... estimula e acirra, isto se a relação for efectivamente uma boa relação!

    Beijos

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  2. Gostei do que li, vou ver se o encontro por cá. :)

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